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O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CÂNCER DE MAMA
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A mamografia possibilita a detecção de pequenos tumores de mama, assintomáticos, aumentando as chances de cirurgias conservadoras e reduzindo a necessidade de quimioterapia.
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É comum o aparecimento de cistos simples nas mamas; os cistos são áreas onde há o acúmulo de secreção líquida, geralmente não são palpáveis e não causam sintomas. É importante conversar com um mastologista para entender o tipo de acompanhamento mais adequado.
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O carcinoma ductal in situ faz parte de um grupo de lesões precursoras do câncer de mama. O tratamento desta patologia é menos agressivo e livre da quimioterapia.
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Você sabia que 75% a 80% dos casos de câncer de mama surgem em mulheres sem nenhum fator de risco para a doença? Restando apenas 20% para causas de origem hereditária (onde há a presença de uma mutação genética) e familial.
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A obesidade é um fator de risco para desenvolvimento de câncer de mama na pós-menopausa, porque o excesso de gordura corporal produz mais hormônios sexuais femininos, provocando o surgimento de tumores. Por isso cuide do seu peso!
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Alguns estudos sugerem que 4 a 7 horas de exercício físico por semana diminui em até 20% o risco de desenvolver câncer de mama, tanto na pré como na pós-menopausa.
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O consumo de bebidas alcoólicas está associado com aumento do risco de desenvolver câncer de mama. O consumo diário de pelo menos 10g de álcool aumenta em torno de 10% o risco de desenvolver câncer de mama.
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Aproximadamente 90% da drenagem linfática da mama vai para os linfonodos da axila do mesmo lado. Por isso a cirurgia do câncer de mama sempre investiga a possibilidade de tumor na axila.
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Alto consumo de alimentos ricos em fitoestrogênios, como frutas frescas, verduras frescas e óleos vegetais pode reduzir em até 45% o risco de câncer de mama.
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A radioterapia é um tratamento complementar para todas as pacientes que realizam cirurgia conservadora para o câncer de mama.
Dra. Indira Dini Schwengber
CRM 33644
Mastologista e Ginecologista
Porque fazer mamografia?
Essa pergunta é muito mais comum do que se imagina. Muitas mulheres postergam a realização da mamografia ou por acharem um exame doloroso ou até por medo de encontrarem alguma alteração. Na realidade, a mamografia é o melhor método que dispomos para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Ela permite a detecção de lesões mamárias em fases iniciais, quando ainda não são palpáveis no exame clínico, possibilitando um tratamento mais adequado, determinando melhor qualidade de vida, e em muitos casos, a cura da doença.
Estima-se que 75 a 80% dos casos de câncer de mama ocorram em mulheres sem fatores de risco para a doença, e somente 10 a 15% dos casos têm origem hereditária. Para identificar essas mulheres que vão desenvolver a doença e que não têm fatores de risco é necessário realizar uma investigação chamada rastreamento populacional. O rastreamento é realizado periodicamente em mulheres assintomáticas e permite o diagnóstico precoce, com o objetivo principal de reduzir a mortalidade pela doença. No caso do câncer de mama, o exame de escolha para realizar o rastreamento é a mamografia. A Sociedade Brasileira de Mastologia e as principais sociedades médicas norte-americanas recomendam a realização da mamografia anualmente a partir dos 40 anos, na população em geral, como exame de rastreamento para o câncer de mama, seguindo as recomendações da American Cancer Society.
Existem outros exames de imagem que podem auxiliar e complementar o diagnóstico das lesões mamárias, porém não são considerados exames de rastreamento, como a ultrassonografia mamária, a tomossíntese e a ressonância magnética das mamas. Cada um desses exames têm as suas indicações e complementam a mamografia. Para padronizar a interpretação e descrição dos laudos, e assim, garantir a qualidade dos exames de imagem, foi criada uma classificação internacional para os exames de mama, o BIRADS (Breast Imaging Reporting and Data System), dividido em sete categorias (0 1 2 3 4 5 6), sendo que para cada uma das categorias existe uma recomendação específica, que vai auxiliar o mastologista ou o ginecologista na conduta a ser escolhida.
Embora somente 10 a 15% dos casos de câncer de mama sejam hereditários, é importante identificar quem são as mulheres de alto risco: mulheres com história familiar ou pessoal de câncer de mama e/ou ovário especialmente antes dos 50 anos, história pessoal de biópsias mamárias cujo resultado foi de atipias, mutação genética confirmada, descendência judaica asquenazi. Para estas mulheres de risco maior para desenvolver câncer de mama, recomenda-se exame clínico com médico especialista anualmente e rastreamento mamográfico a partir dos 30 anos de idade, podendo ser antecipado naquelas mulheres com mutação genética confirmada.
A mamografia é um exame simples, que possibilita a detecção precoce de uma doença que pode ser curável. Então, porque não fazer mamografia? Talvez essa seja a pergunta certa.
Dra. Indira Dini Schwengber
CRM 33644
Mastologista e Ginecologista
Esclarecimento sobre mamografia e câncer de tireóide
Provavelmente você já ouviu falar que a paciente que realiza mamografia sem o colar de proteção no pescoço corre mais risco de ter câncer de tireóide. Esta informação tem circulado nos últimos anos nos meios de comunicação, internet, e-mail e redes sociais, gerando preocupação entre as mulheres. É preciso esclarecer que esta hipótese não tem nenhum fundamento na literatura científica.
A mamografia é um exame radiológico realizado em aparelho especialmente desenvolvido para o exame das mamas, que tem por objetivo analisar as glândulas mamárias e as regiões axilares. A dose de radiação na tireóide durante a mamografia é extremamente baixa. A tireóide não é diretamente exposta ao feixe de raio-X utilizado para o exame da mama e recebe apenas uma mínima quantidade de radiação espalhada.
Os estudos publicados mostram que o exame de mamografia não expõe a tireóide a doses consideradas nocivas, não há base científica que demonstre aumento da incidência do câncer de tireóide. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, o uso do protetor de tireóide em exame de mamografia não é recomendado na rotina, podendo interferir com o posicionamento ideal da mama e resultar em artefatos, prejudicando a imagem da mamografia e o diagnóstico, portanto deve ser utilizado apenas nos casos em que a paciente o solicite.
Uma forma de quantificar a radiação recebida na mamografia é compará-la com a radiação natural, isto é, a radioatividade que existe na natureza, na qual todos estão expostos diariamente. Durante uma mamografia bilateral com duas incidências, a glândula tireóide recebe o equivalente a 30 minutos de exposição natural. Dito de outra forma, a tireóide recebe no decorrer de um ano 17.520 vezes mais radiação do que a recebida durante uma mamografia.
O câncer de tireóide está associado a fatores de risco como radiação na região do pescoço para tratamento de doenças anteriores, profissionais que trabalhem com radiação sem as devidas precauções, pessoas expostas a acidentes nucleares, síndromes genéticas e história familiar de câncer de tireóide ou de bócio. A incidência de câncer da tireóide aumentou significativamente nos últimos anos, tanto nas mulheres quanto nos homens (que não fazem mamografias). Isto indica que o aumento da incidência está, na verdade, ligado à melhoria das técnicas de diagnóstico, e não a um aumento na exposição à radiação das mulheres que realizam exames de mamografia.
Considerando a mamografia anual a partir dos 40 anos, o risco de câncer de tireóide resultante desta mínima quantidade de radiação espalhada seria incrivelmente baixo. As mulheres não devem deixar de realizar a mamografia anual, que permite diagnosticar precocemente o câncer de mama. É importante procurar sempre o médico especialista para esclarecer estas dúvidas que surgem.
Dra Indira Dini Schwengber
CRM 33644
Mastologista e Ginecologista





Indira Dini Schwengber
CRM 33644
Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas (2009). Residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (2010-2013) e em Mastologia (2013-2015), ambas pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) / Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
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